

Presidente destituído da CBF joga toalha e abre caminho para sucessão
A eleição do novo presidente da entidade máxima do futebol brasileiro acontecerá um dia antes de o italiano Carlo Ancelotti assumir como treinador da Seleção Brasileira e anunciar a lista de convocados para os próximos jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, contra Equador e Paraguai.
A defesa de Ednaldo informou que estava retirando o recurso perante o Supremo Tribunal Federal devido ao "momento delicado vivenciado" pela CBF e indicou que o ex-presidente não está "concorrendo a qualquer cargo ou apoiando qualquer candidato" no pleito, segundo um documento ao qual a AFP teve acesso.
Na quinta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ) determinou a destituição de Ednaldo Rodrigues, de 71 anos, após declarar que um acordo firmado em janeiro e que o ratificava no cargo era "nulo" devido a suspeitas de falsificação de assinatura.
Ednaldo já tinha sido destituído uma primeira vez em 2023 por supostas irregularidades em sua eleição, mas as pressões da Fifa e da Conmebol conseguiram recolocá-lo no cargo.
Ao jogar a toalha, o ex-dirigente deixa o caminho livre ao único candidato a se inscrever até agora, Samir Xaud, de 41 anos, que já recebeu o apoio da maioria das federações estaduais, bem como de dez clubes das duas primeiras divisões do Campeonato Brasileiro.
Médico de formação, Xaud foi nomeado para suceder seu pai em 2027 como presidente da federação de futebol de Roraima, estado que nunca teve um representante nas duas prinicipais divisões de futebol do país.
Várias personalidades criticaram sua inexperiência, como o renomado cronista Juca Kfouri, que assinalou que "seu currículo no futebol se limita a ser filho de cartola inexpressivo que durante 40 anos presidiu a federação de Roraima".
Por sua vez, o ex-jogador Ronaldo "Fenômeno" mostrou-se cético de que a troca de liderança acabe com as turbulências no seio da CBF.
"A gente vive um momento terrível, mas o mais impressionante é que a gente não vê uma luz no fim do tunel. Enquanto o estatuto da CBF for esse, com o poder concentrado nos 27 presidentes de federação, essa palhaçada vai continuar", disse o "Fenômeno" à TV Bandeirantes.
Ronaldo desistiu de concorrer à presidência nas últimas eleições de março que reelegeram Ednaldo Rodrigues.
H.Kaur--MT