Madras Times - Irlanda inicia preparativos para exumação de 796 bebês mortos em lar religioso

Irlanda inicia preparativos para exumação de 796 bebês mortos em lar religioso
Irlanda inicia preparativos para exumação de 796 bebês mortos em lar religioso / foto: Paul Faith - AFP

Irlanda inicia preparativos para exumação de 796 bebês mortos em lar religioso

Mais de 10 anos depois da descoberta de uma fossa comum onde estão enterrados 796 bebês e crianças onde antes era um lar religioso na Irlanda, os preparativos para realizar as primeiras exumações começaram nesta segunda-feira (16).

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O perímetro foi delimitado por causa das exumações que começarão no próximo mês.

Em 2014, a historiadora irlandesa Catherine Corless conseguiu provar que vários menores, desde recém-nascidos até crianças de nove anos, morreram no abrigo Santa Maria do Bom Socorro de Tuam, a 200 quilômetros ao oeste de Dublin.

Suas buscas ajudaram a identificar o local onde seus corpos foram enterrados: a antiga fossa séptica do lar administrado por religiosas católicas.

Embora essa instituição para mulheres grávidas não casadas e suas crianças tenha sido destruída em 1972, a fossa séptica ficou intacta.

Restos humanos de bebês já foram descobertos nesse local nas primeiras buscas realizadas entre 2016 e 2017.

O trabalho realizado por Catherine Corless facilitou a abertura de uma comissão de investigação nacional sobre os maus-tratos infligidos nesses lares a mães e crianças.

Em suas conclusões entregues em 2021, a comissão destacou níveis de mortalidade infantil "alarmantes" nessas instituições, onde 9.000 crianças morreram, segundo indicou.

No total, 56.000 mulheres solteiras e 57.000 crianças passaram por 18 abrigos desse tipo na Irlanda entre 1922 e 1988.

"Quando comecei esse projeto, ninguém queria me escutar (...). Eu suplicava: tirem os bebês desses tubulações, vocês têm que oferecer a eles o enterro cristão digno que lhes foi negado", contou a historiadora de 71 anos à AFP.

Naquela época, as mulheres grávidas fora do matrimônio eram presas nesses locais a pedido do Estado irlandês e da poderosa Igreja católica, e que administravam de maneira conjunta.

Davam à luz antes de serem separadas de seus filhos, frequentemente dados para adoção.

T.Menon--MT