

Avós da Praça de Maio encontram 140º neto roubado na ditadura argentina
A organização Avós da Praça de Maio, que busca as crianças roubadas durante a ditadura argentina (1976-1983), anunciou a descoberta do 140º neto nesta segunda-feira (7).
"Felizmente, vão aparecendo estas vítimas pequenas que a ditadura cívico-militar fez", declarou à emissora C5N Estela de Carlotto, presidente da organização, que dará os detalhes sobre o caso esta tarde durante uma coletiva de imprensa.
Carlotto, de 94 anos, antecipou que o novo neto encontrado é uma pessoa cuja irmã trabalha nas Avós. "Estou imaginando o abraço" entre os dois, disse, emocionada.
A descoberta anterior tinha ocorrido em janeiro e se tratou da filha de uma mulher de 25 anos, sequestrada em 1977 em Buenos Aires, quando estava grávida de 6 ou 7 meses, que deu à luz no cativeiro e segue desaparecida.
Em dezembro de 2024, foi divulgada a descoberta do 138º neto e em setembro, do 137º.
As Avós da Praça de Maio têm se confrontado com o presidente ultraliberal Javier Milei por seu plano de cortes orçamentários, entre outros, do Banco Nacional de Dados Genéticos (BNDG), onde estão resguardadas as amostras das famílias que buscam os desparecidos.
A organização conseguiu a intervenção da justiça para resguardar a integridade do BNDG, criado em 1987.
Desde que assumiu a Presidência, em dezembro de 2023, Milei adotou várias medidas contra o que chamou de "roubo dos direitos humanos".
Entre outras, ele rebaixou para subsecretaria a Secretaria de Direitos Humanos e anunciou o corte de 30% de seu pessoal.
Milei também eliminou por decreto a unidade de investigação sobre crianças desaparecidas durante a ditadura, subordinada à Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (Conadi).
Segundo a organização, ainda falta encontrar cerca de 300 crianças nascidas em cativeiro ou sequestradas juntamente com seus pais.
S.Iyer--MT