

Tribunal da ONU rejeita pedido de libertação do 'açougueiro da Bósnia' Ratko Mladic
Um tribunal da ONU rejeitou nesta terça-feira (29) o pedido de libertação antecipada apresentado pelo ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, que cumpre prisão perpétua em Haia por genocídio.
O octogenário Ratko Mladic, conhecido como o "açougueiro de Bósnia", foi preso em 2011 na Sérvia, após passar mais de 16 anos foragido.
Em 2021, o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia o condenou por seu papel, entre outros, no massacre de Srebrenica, na qual 8 mil homens e adolescentes muçulmanos foram assassinados pelas forças sérvias da Bósnia em julho de 1995.
Mladic apresentou um pedido de libertação em 3 de junho alegando que só lhe restavam alguns meses de vida.
Contudo, uma juíza do Mecanismo Residual para os Tribunais Penais Internacionais, a corte encarregada de tramitar os casos pendentes do tribunal de crimes de guerra da Iugoslávia, afirmou que seu estado não condizia com os requisitos de "doença terminal aguda" necessários para sua libertação.
Há anos o entorno de Mladic afirma que o ex-líder militar está doente e fraco, e já havia pedido sua libertação por motivos de saúde em 2017.
Ratko Mladic ainda é considerado um herói de guerra por alguns sérvios, e não é difícil encontrar seu nome e sua efígie estampados nas ruas de Belgrado, a capital da Sérvia.
A guerra da Bósnia entre 1992 e 1995 que envolveu croatas, bósnios muçulmanos e sérvios deixou cerca de 100 mil mortos.
Quase três décadas depois do final do conflito, as divisões étnicas nos países dos Bálcãs continuam profundas.
D.Kumar--MT