

Moraes ordena vigilância permanente de Bolsonaro por 'risco de fuga'
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou, nesta terça-feira (26), que a Polícia Penal do Distrito Federal monitore "em tempo integral" o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília, alegando "risco de fuga".
A medida é tomada a uma semana do início das deliberações finais do julgamento na Primeira Turma do STF em que Bolsonaro é réu, juntamente com outros sete aliados, por suposta tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente (2019-2022) é acusado de liderar uma "organização criminosa" que conspirou para impedir a posse de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a vitória deste último nas eleições de 2022.
O ministro Alexandre de Moraes determinou "o monitoramento em tempo integral" de Bolsonaro, segundo um documento judicial obtido pela AFP.
O ex-presidente, de 70 anos, está em prisão domiciliar preventiva em sua residência em Brasília. A prisão foi decretada por Moraes, por considerar que Bolsonaro descumpriu a proibição de se manifestar nas redes sociais.
A determinação do monitoramento policial das medidas cautelares impostas ao ex-presidente foi uma resposta do ministro Moraes a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que havia solicitado, na segunda-feira, que se intensificasse a vigilância policial a ele.
Em sua decisão, Moraes assinalou "a possibilidade de um risco de fuga por parte de Jair Messias Bolsonaro, de modo a se furtar da aplicação da lei penal, notadamente em razão da proximidade do julgamento de mérito da AP 2.668/DF, agendado na Primeira Turma desta Suprema Corte entre os dias 2/9/2025 e 12/9/2025", em alusão à ação penal sobre a trama golpista.
Na semana passada, a Polícia Federal (PF) informou, em um relatório, que Bolsonaro havia planejado em 2024 pedir asilo político a seu aliado político, o presidente da Argentina, Javier Milei, segundo um rascunho do documento, no qual o ex-presidente alegava ser vítima de "uma perseguição política no Brasil".
A defesa de Bolsonaro acusou a PF de tentar desmoralizá-lo.
A Polícia Federal também recomendou indiciá-lo por uma suposta tentativa de obstruir o processo judicial contra ele.
Se for considerado culpado no julgamento pela suposta tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro pode ser condenado a até 40 anos de prisão.
I.Khatri--MT