

Júri do caso Harvey Weinstein se reúne para selar sua sorte
O júri que selará a sorte do ex-produtor de cinema Harvey Weinstein começou a deliberar, nesta quinta-feira (5), após receber as últimas instruções do juiz que presidiu o novo julgamento por estupro e agressão sexual, quase oito anos depois do início do caso emblemático que desencadeou o movimento #MeToo.
"Nosso júri começou suas deliberações", declarou às 11h40 locais (12h40 no horário de Brasília) o juiz Curtis Farber, depois de ter instado os jurados, em um tom solene, a recorrerem ao "bom senso" e considerarem apenas "as provas" para tomar uma "decisão" que deve ser unânime.
O cofundador do estúdio Miramax voltou a sentar no banco dos réus depois que um tribunal de apelações do estado de Nova York ordenou a realização de um novo julgamento, após anular, em 2024, uma condenação de 23 anos pelas mesmas acusações, alegando falhas processuais.
Neste novo julgamento, Weinstein, de 73 anos, voltou a encarar suas antigas acusadoras: a ex-assistente de produção Mimi Hayley e a atriz Jessica Mann, que o denunciaram por agressão sexual e estupro, supostamente ocorridos em 2006 e 2013, respectivamente. Foi somada uma nova denúncia da ex-modelo polonesa Kaja Sakola, que o acusou de agressão sexual ocorrida supostamente em 2006 em um hotel de Manhattan.
"Ele estuprou três mulheres, todas disseram que não!", disse a promotora Nicole Blumberg nos argumentos finais de um julgamento que durou mais de um mês e meio, no qual o acusado, com vários problemas de saúde, compareceu em cadeira de rodas.
Por outro lado, para a defesa, o produtor de sucessos de bilheteria como "Pulp Fiction" manteve relações sexuais consensuais com as três mulheres, que supostamente pretendiam seduzi-lo para que as ajudasse a entrar no show business.
"Não estamos aqui para policiar quartos" a menos que tenha havido um estupro, replicou a promotora.
Atualmente, Weinstein cumpre outra condenação de 16 anos de prisão imposta por um tribunal de Los Angeles, também por agressão sexual.
Weinstein não se manifestou no novo julgamento, mas seus advogados esperam que, oito anos depois das primeiras acusações, o clima atual seja mais favorável para seu cliente, que, se for condenado, pode passar o resto da vida na prisão.
A.Sengupta--MT