Madras Times - Paris inaugura memorial aos homossexuais deportados pelos nazistas

Paris inaugura memorial aos homossexuais deportados pelos nazistas
Paris inaugura memorial aos homossexuais deportados pelos nazistas / foto: Kiran RIDLEY, Kiran RIDLEY - AFP

Paris inaugura memorial aos homossexuais deportados pelos nazistas

A prefeita de Paris inaugurou neste sábado (17) um memorial para homenagear os homossexuais deportados pelos nazistas para campos de concentração e em memória das vítimas da intolerância "ao longo da história".

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O memorial em homenagem aos "Triângulos Rosas", o símbolo atribuído aos homossexuais pelos nazistas nos campos de concentração, foi inaugurado pela prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, em um contexto de aumento de crimes contra pessoas LGBTQIA+ na França.

"Reconhecer é dizer 'isso aconteceu' e dizer 'não queremos que aconteça novamente'", disse Hidalgo, durante a inauguração que coincide com o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia.

Hidalgo pediu uma luta contra o negacionismo e disse que esse trabalho assume um caráter ainda mais urgente, pois "hoje há ventos contrários poderosos e extremamente perigosos que querem negar essa diversidade".

O memorial, projetado pelo artista Jean-Luc Verna, foi instalado no jardim do porto do Arsenal, próximo à Bastilha.

"O lado escuro da estrela são os corpos queimados, é o luto, é também uma sombra que nos diz que as coisas podem acontecer novamente", explicou o artista.

"O outro lado, o espelho, é o presente, com as cores do tempo que passa e o céu de Paris que muda tão rapidamente quanto a opinião pública pode mudar", acrescentou.

Jean-Baptiste Trieu, presidente da associação 'Les Oublié.es de la mémoire' [Os esquecidos da memória], enfatizou que é importante que esse monumento "não seja simplesmente um tributo simbólico, mas uma ferramenta de transmissão, uma forma de reconhecimento e questionamento público".

De acordo com estimativas, entre 5 mil e 15 mil pessoas foram deportadas na Europa por serem homossexuais durante a Segunda Guerra Mundial. Na França, os números variam entre cerca de 60 e 200.

M.Banerjee--MT