

Racing e LDU unem forças para evitar nova final brasileira na Libertadores
O Racing da Argentina e a LDU de Quito têm uma missão que não é simples: deter os dois favoritos ao título da Copa Libertadores, Flamengo e Palmeiras, no início das semifinais do principal torneio de clubes da América do Sul que começam nesta semana.
O português tem sido a língua oficial das seis últimas edições da Glória Eterna, todas vencidas por equipes brasileiras. Além disso, em quatro delas, as finais foram 100% brasileiras.
Racing e LDU têm a dura missão de interromper a sequência de vitórias brasileiras em duelos de altíssima exigência, contra os dois times mais caros do continente: o Palmeiras, avaliado em 247 milhões de dólares (R$ 1,3 bilhão), e o Flamengo, de 228 milhões (R$ 1,2 bilhão), segundo o site especializado Transfermarkt.
A disputa é muito desigual. Nem somando seus elencos argentinos (US$ 90 milhões) e equatorianos (US$ 21,5 milhões) chegam à metade do valor do plantel de um dos dois brasileiros.
Mas o futebol é um esporte imprevisível, e Racing e LDU já deram mostras de que sabem quebrar prognósticos no caminho rumo à final de 29 de novembro em Lima, no Peru.
- Flamengo embalado -
O Racing, com a mística de seu carismático treinador Gustavo Costas, será o primeiro a entrar em campo na tentativa de desbancar os brasileiros. Nesta quarta-feira (22), a equipe argentina visita os rubro-negros comandados por Filipe Luís no Maracanã, às 21h30.
O time argentino, que deixou pelo caminho Peñarol (oitavas) e Vélez Sarsfield (quartas), precisa no mínimo sair vivo do Rio de Janeiro para tentar conseguir a classificação na semana seguinte no El Cilindro de Avellaneda.
Campeão da Copa Sul-Americana de 2024, o Racing tem sofrido com problemas físicos nas últimas semanas, incluindo jogadores-chave como Adrián "Maravilla" Martínez e o lateral esquerdo Gabriel Rojas.
Costas tem revezado o seu elenco para que os jogadores cheguem inteiros neste duelo vital para tentar chegar ao segundo título da Libertadores, após sua conquista única no longínquo 1967.
"Tenho fé total nos jogadores. Não é como se fôssemos competir, nós vamos vencer", disse o treinador.
Por sua vez, o Flamengo — tricampeão da Libertadores (1981, 2019 e 2022) — chega embalado para o duelo Brasil-Argentina após vencer neste domingo, por 3 a 2, o Palmeiras, em um confronto direto na disputa pelo título do Campeonato Brasileiro.
A equipe carioca, no entanto, precisa mostrar melhor desempenho nesta edição da Libertadores, pois teve dificuldade para se classificar na fase de grupos e precisou dos pênaltis para eliminar o Estudiantes de La Plata nas quartas de final.
"Nem sempre fazemos bons jogos, nem sempre ganharemos, mas a intenção está ali, então eu espero que seja uma mesma atitude, intensidade e comprometimento, que esse grupo passa essa mensagem diariamente", disse Filipe Luís.
- A ameaça de Quito -
O Palmeiras irá à altitude de Quito encarar a LDU, o único conjunto equatoriano a ganhar o troféu mais cobiçado da América do Sul (2008), com o ego ferido após a derrota para o Flamengo neste domingo.
E, para piorar, terá pela frente uma equipe copeira especializada em derrubar gigantes: nas oitavas, despachou o atual campeão Botafogo, e nas quartas, o São Paulo de Hernán Crespo.
Dirigido pelo brasileiro Tiago Nunes, que após a classificação às semis fez um discurso emocionado sobre a força do "coração" diante do poder do dinheiro, a LDU promete um estádio cheio para receber, na quinta-feira às 21h30 (horário de Brasília), o último clube a ganhar duas vezes seguidas a Libertadores.
O alviverde, campeão sob a batuta do português Abel Ferreira nas edições de 2020 e 2021, busca um feito histórico para o clube paulista: conquistar o campeonato nacional e a Libertadores em uma mesma temporada, um feito conseguido apenas pelo Santos de Pelé (1962 e 63), o Flamengo (2019) e o Botafogo (2024).
Mesmo em baixa após a derrota para rubro-negro carioca neste domingo pelo Brasileirão, o Palmeiras tem razões de sobra para ser otimista no certame continental, onde faz uma campanha arrasadora, na qual está invicto e venceu nove dos dez jogos disputados, incluídos os dois da série contra o River Plate nas quartas.
"Quando as coisas vão bem, é meter gelo", disse o multicampeão treinador português. "Não somos tão ruins quando falaram, nem somos os melhores do mundo."
N.Bhat--MT