

Panamá anuncia retomada de voos com a Venezuela
O Panamá anunciou, nesta quinta-feira (22), que retomará os voos comerciais com a Venezuela, suspensos há quase um ano, o que facilitaria o retorno de imigrantes venezuelanos expulsos dos Estados Unidos, informou a autoridade aeronáutica panamenha.
"A Autoridade Aeronáutica Civil do Panamá (AAC) confirma a retomada das operações aéreas entre Panamá e Venezuela", informou a instituição panamenha em um comunicado.
A retomada dos voos ocorrerá "sob o princípio da especialidade" e será realizada "de acordo com a capacidade técnica dos operadores de ambos os países", acrescentou a AAC.
Caracas proibiu os voos procedentes do Panamá no fim de julho de 2024, depois que o presidente panamenho, José Raúl Mulino, se recusou a reconhecer o resultado das eleições venezuelanas na qual o presidente Nicolás Maduro foi reeleito, que a oposição denunciou como fraudulenta.
Ambos os países também suspenderam suas relações diplomáticas no mesmo ano.
A companhia aérea panamenha Copa indicou em outro comunicado que já "está trabalhando na rota" dos voos.
O anúncio ocorreu pouco depois que Mulino declarou ter recebido uma proposta de Caracas para "retomar os voos" entre os dois países, embora tenha descartado que isto implique em recuperar as relações diplomáticas.
"Vou avaliar com muito cuidado" porque "é do interesse do Panamá abrir voos comerciais para a Venezuela", disse Mulino em sua coletiva de imprensa semanal.
O Panamá tomou a decisão quatro dias após Caracas anunciar a suspensão dos voos para a Colômbia, depois de denunciar a chegada de "mercenários" com o plano de "sabotar" as próximas eleições legislativas.
A retomada dos voos entre Panamá e Venezuela facilitará o retorno dos venezuelanos que não conseguirem entrar nos Estados Unidos diante das políticas de imigração do presidente Donald Trump.
Devido à falta de conexões aéreas, muitos venezuelanos optam por viajar pelo mar do Caribe panamenho para a Colômbia e de lá para a Venezuela, uma rota perigosa.
"Também precisamos que a Venezuela ajude no transporte de seus cidadãos que descem do norte para o sul, imigrantes venezuelanos que são cidadãos do bem, não criminosos", disse Mulino.
Nos últimos três anos, mais de um milhão de migrantes, a maioria venezuelanos, atravessaram a selva de Darién, na fronteira entre Colômbia e Panamá, a caminho dos Estados Unidos.
No entanto, o fluxo através desta selva caiu para níveis ínfimos devido ao medo das deportações de Trump, e o movimento agora está se revertendo.
E.Mehta--MT