

EUA critica negociações tarifárias com a China e relata avanços com a UE
As negociações tarifárias com a China são complexas, enquanto as com a União Europeia "avançam rapidamente", afirmaram os Estados Unidos nesta quarta-feira (4), em meio às ameaças do México de retaliação devido ao aumento das taxações alfandegárias sobre o aço e o alumínio importados.
Desde que retornou à presidência em janeiro, Donald Trump impôs tarifas alfandegárias que provocaram tensão nas relações com os aliados comerciais de Washington e desencadearam uma onda de negociações.
O aço e o alumínio foram os primeiros setores afetados, com uma sobretaxa de 25% que entrou em vigor em 12 de março e que aumentou para 50% nesta quarta-feira.
A situação é especialmente tensa com a China. A Casa Branca afirmou que Trump e seu contraparte chinês, Xi Jinping, "provavelmente" conversarão por telefone esta semana, o que aumentou as esperanças de um alívio da tensão entre as duas maiores economias do mundo.
"Eu gosto do presidente XI da China, sempre gostei e sempre será assim, mas ele é MUITO DURO, E EXTREMAMENTE DIFÍCIL FAZER UM ACORDO COM ELE!!!", publicou em sua plataforma Truth Social.
Ao ser questionado sobre a declaração, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que "os princípios e a postura da parte chinesa sobre o desenvolvimento das relações sino-americanas são consistentes".
A China foi o principal alvo da ofensiva tarifária anunciada em abril por Trump, que atingiu o país asiático com tarifas de até 145% sobre seus produtos, medida que Pequim respondeu com impostos de 125% sobre os produtos americanos.
As partes concordaram com uma desescalada temporária em maio, depois que o republicano suspendeu até julho a maioria das tarifas sobre os demais países.
Nesta quarta-feira, Trump abriu uma nova frente ao concretizar sua ameaça de dobrar as tarifas sobre o aço e o alumínio.
- UE otimista -
A entrada em vigor do aumento das tarifas coincidiu com uma reunião em Paris do representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, com o comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, à margem de uma reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Sefcovic afirmou, após a reunião com Greer, que aumentar as tarifas sobre o aço e o alumínio "não ajuda nas negociações". Ele acrescentou, no entanto, que as duas partes estavam "avançando" nas conversações.
Segundo ele, a reunião "foi muito construtiva" e as discussões "avançam rapidamente".
- México protesta -
Trump impôs em abril tarifas de 10% para quase todos os parceiros comerciais com o objetivo de pressionar para corrigir práticas que Washington considera injustas.
Em um decreto que entrou em vigor na madrugada desta quarta-feira, o presidente republicano justifica o aumento de 25% para 50%.
O Reino Unido foi isento da medida e sua taxa permanece em 25%.
Em 2024, os Estados Unidos importaram quase metade do aço e do alumínio utilizados no país.
O Canadá é seu principal fornecedor de aço, seguido pelo Brasil e México, com produtos destinados a outras indústrias como automotiva ou construção. A Argentina é o sexto fornecedor de alumínio.
O México, parceiro dos Estados Unidos e do Canadá no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC), protesta.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, que até agora havia optado por não responder e agir com sangue frio, advertiu que a situação mudará se os EUA rejeitarem um acordo.
"Se não houver acordo, anunciaremos na próxima semana algumas (...) medidas" para proteger a indústria e o emprego, disse Sheinbaum em uma coletiva de imprensa, sem entrar em detalhes.
Em sua política tarifária, Washington ameaça impor tarifas sobre outros produtos. Seu alvo são as peças de aeronaves importadas.
"Esperamos que, provavelmente até o final do mês, tenhamos uma análise e definamos o padrão para as tarifas sobre peças de aeronaves", disse o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na quarta-feira, durante uma audiência no Senado.
M.Banerjee--MT