Madras Times - Bolsonaro depõe na PF sobre campanha do filho nos EUA contra ministros

Bolsonaro depõe na PF sobre campanha do filho nos EUA contra ministros
Bolsonaro depõe na PF sobre campanha do filho nos EUA contra ministros / foto: SERGIO LIMA - AFP

Bolsonaro depõe na PF sobre campanha do filho nos EUA contra ministros

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi chamado a depor perante a Polícia Federal nesta quinta-feira (5) na investigação sobre seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por buscar sanções do governo dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras que ele acusa de agir contra seu pai.

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O depoimento do ex-presidente, de 70 anos, será feito antes de seu interrogatório na próxima semana perante o Supremo Tribunal Federal (STF), em seu julgamento pela tentativa de golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Nesse caso, ele pode ser condenado a aproximadamente 40 anos de prisão.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, que se afastou temporariamente de suas funções, se mudou para Washington em fevereiro, com o argumento de que a Justiça brasileira tentaria proibi-lo de deixar o país.

Ele é acusado de fazer campanha na capital americana contra os ministros do STF e em defesa de seu pai, a quem considera um perseguido político.

O STF deferiu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada para investigar o terceiro filho de Bolsonaro por "coerção" e obstrução de investigação.

Jair Bolsonaro deve comparecer à sede da Polícia Federal, em Brasília, às 15h, horário local. Eduardo Bolsonaro também foi chamado a depor, mas não o fez.

Segundo a PGR, Eduardo "ameaça" promotores, policiais e ministros brasileiros em Washington.

O deputado solicitou sanções contra autoridades brasileiras, incluindo a revogação de vistos para os Estados Unidos, o bloqueio de bens e a proibição de estabelecer relações comerciais com qualquer cidadão americano.

Ele também publicou mensagens com "manifesto tom intimidatório" contra "agentes públicos" e "julgadores na ação penal" enfrentada por seu pai, segundo a PGR.

A campanha de Eduardo Bolsonaro repercutiu no Partido Republicano e no governo de Donald Trump.

O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, afirmou em maio que havia uma "forte possibilidade" de Washington sancionar o ministro do STF Alexandre de Moraes por suposta "censura" e "perseguição política" contra a direita brasileira.

Moraes é o responsável pelo julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Jair Bolsonaro, além da investigação sobre Eduardo Bolsonaro.

Após as declarações de Rubio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do ministro.

"Que história é essa de os Estados Unidos quererem criticar alguma coisa da Justiça brasileira?", disse Lula no domingo, lamentando o fato de que "os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes".

Inelegível até 2030 por questionar o sistema de votação sem provas, Bolsonaro continua sendo o líder da direita e da extrema direita no Brasil e insiste que será candidato nas eleições presidenciais de 2026.

Se não o fizer, seu filho Eduardo é um dos candidatos à sua sucessão, segundo pesquisas de opinião.

E.Mehta--MT