

Trabalhador agrícola em estado crítico após operação migratória perto de Los Angeles
Um trabalhador agrícola está em estado crítico neste sábado (12), após ser ferido em uma operação da polícia de imigração em fazendas de cannabis legalizadas perto de Los Angeles, que resultou na prisão de 200 imigrantes e em confrontos entre agentes e manifestantes.
Inicialmente, o United Farm Workers (Trabalhadores Rurais Unidos) informou que o trabalhador, nascido no México, havia morrido em decorrência dos ferimentos sofridos durante a operação realizada na quinta-feira.
No entanto, a família posteriormente indicou na plataforma de financiamento coletivo GoFundMe que ele está, na verdade, em estado crítico.
"Ele foi perseguido por agentes do ICE [Serviço de Imigração e Alfândega], e nos disseram que ele caiu de uma altura de mais de 9 metros. A vida do meu tio está em estado crítico, e os médicos nos disseram que ele não sobreviverá. Seus ferimentos são catastróficos. Mas seu coração ainda está batendo", disse a família.
O centro médico do condado de Ventura informou à ABC News que o homem está em estado crítico, mas não respondeu aos telefonemas da AFP solicitando mais detalhes.
A operação ocorreu em Carpinteria e Camarillo, duas localidades rurais no condado de Ventura, cerca de 110 quilômetros a oeste de Los Angeles.
Uma porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS), Tricia McLaughlin, disse à AFP que o homem "não estava e não esteve sob custódia" da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) ou do ICE.
"Embora não estivesse sendo perseguido pela polícia, este indivíduo subiu no telhado de uma estufa e caiu 10 metros", explicou ela. "O CBP imediatamente chamou uma ambulância para o local para fornecer atendimento médico imediato".
O DHS também informou em um comunicado que os agentes federais "detiveram aproximadamente 200 estrangeiros em situação irregular nos dois locais".
Durante a operação, segundo o DHS, mais de 500 manifestantes "tentaram interromper as operações".
"Eles danificaram veículos e um insurgente violento disparou contra policiais" antes de fugir, informou o departamento.
O presidente Donald Trump condenou os ataques dos manifestantes a agentes do ICE e outros policiais, dizendo que "esses canalhas" deveriam ser presos.
- Confrontos -
A Glass House Brands, proprietária das fazendas, afirmou em um comunicado que "nunca violou intencionalmente as práticas de contratação aplicáveis e não emprega nem nunca empregou menores de idade".
A empresa também indicou que estava fornecendo representação legal aos trabalhadores detidos.
O DHS afirmou que mais de 500 "manifestantes" tentaram interromper a operação e que quatro cidadãos americanos enfrentam acusações de agressão ou resistência a policiais.
Em sua publicação no X, Trump disse ter visto imagens de "bandidos" atirando pedras e tijolos em veículos do ICE, causando "danos tremendos".
"Estou autorizando totalmente o ICE a se proteger, assim como protege o público", disse ele.
Trump, que fez campanha com a promessa de deportar milhões de imigrantes em condição irregular, está envolvido em um confronto sobre a aplicação da lei da imigração com a Califórnia, governada pelos democratas.
No mês passado, o presidente republicano enviou milhares de soldados da Guarda Nacional a Los Angeles para reprimir os protestos contra as batidas policiais de agentes federais contra imigrantes sem documentos.
Em resposta, uma juíza distrital ordenou o fim das "patrulhas móveis" de agentes federais em Los Angeles, que vêm detendo suspeitos de serem imigrantes sem documentos.
A juíza distrital Maame Ewusi-Mensah Frimpong ordenou o fim dessas prisões, que, segundo ela, estão sendo feitas "com base apenas na raça", ou no fato de a pessoa falar espanhol ou inglês com sotaque, ou no seu local de trabalho.
A fazenda de cannabis de Camarillo estava silenciosa durante a visita de um correspondente da AFP na sexta-feira, enquanto os trabalhadores aguardavam na fila para pegar seus pertences e contracheques.
"Estamos perguntando por aí desde as 6h e eles não nos deram nenhuma informação", disse à AFP Saúl Muñoz, um colombiano de 43 anos cujo filho foi preso na quinta-feira.
"Só preciso saber como ele está. Só preciso que o devolvam a mim. Se for a nossa vez, vamos embora", implorou Muñoz, atolado na incerteza.
"A verdade é que o sonho americano não é mais tanto o sonho americano".
Y.Raman--MT