

Comunidade internacional condena plano de Israel de controlar Cidade de Gaza
Da Alemanha, um dos aliados mais fiéis de Israel e que suspenderá a exportação de armas que possam ser usadas na Faixa de Gaza, até a China, que denunciou "ações perigosas", o plano israelense para tomar o controle da Cidade de Gaza provocou condenação internacional.
Estas são as primeiras reações internacionais ao projeto apresentado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e aprovado na madrugada desta sexta-feira (8) pelo gabinete de segurança israelense.
O movimento islamista palestino Hamas denunciou um "novo crime de guerra" que significará o "sacrifício" dos reféns que mantém cativos no território palestino.
– ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "gravemente alarmado" com a decisão de Israel e alertou que ela representa uma "perigosa escalada". O Conselho de Segurança da organização realizará uma reunião de urgência no sábado para tratar da questão.
O plano do governo israelense "deve ser interrompido imediatamente", instou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, em comunicado.
Esse plano "vai contra a decisão da Corte Internacional de Justiça segundo a qual Israel deve pôr fim à sua ocupação o mais rápido possível, contra a implementação da solução acordada de dois Estados e contra o direito dos palestinos à autodeterminação", acrescentou.
– Alemanha
A Alemanha mudou sua política em relação a Israel ao decidir suspender as exportações de armas que o país poderia utilizar na Faixa de Gaza.
"Cada vez mais difícil de entender" como o plano militar israelense ajudaria a alcançar objetivos legítimos, disse o chefe de governo alemão, Friedrich Merz, ao tornar pública a decisão de Berlim.
– União Europeia
"O governo israelense deve retroceder em sua decisão de prolongar sua operação militar em Gaza", declarou a presidente do Executivo europeu, Ursula von der Leyen. "É necessário um cessar-fogo imediato", afirmou.
Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Costa, advertiu que o plano israelense terá "consequências" nas relações com a UE.
– Irã
A chancelaria iraniana afirmou que o plano israelense "é outro sinal claro da intenção manifesta do regime sionista de realizar uma limpeza étnica em Gaza e cometer um genocídio contra os palestinos".
– França
A França condenou nesta sexta-feira "nos termos mais fortes" o plano do governo israelense para Gaza e ressaltou que ele pode levar a "um bloqueio absoluto", segundo declaração do Ministério das Relações Exteriores.
– Reino Unido
"A decisão do governo israelense de intensificar sua ofensiva em Gaza é um erro, e instamos que reconsidere imediatamente", declarou o primeiro-ministro britânico Keir Starmer.
"Essa ação não contribuirá em nada para encerrar o conflito nem para conseguir a libertação dos reféns. Apenas provocará mais massacres", avaliou.
– Jordânia
O rei Abdullah II da Jordânia expressou sua "rejeição categórica" ao plano israelense, que "mina a solução de dois Estados e os direitos do povo palestino", em conversa telefônica com o presidente palestino Mahmoud Abbas.
– Espanha
"Condenamos firmemente a decisão do governo israelense de escalar a ocupação militar de Gaza. Apenas provocará mais destruição e sofrimento. É urgente um cessar-fogo permanente, a entrada maciça e imediata de ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns”, declarou o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.
– China
A China expressou "sérias preocupações" com o plano de Israel e instou o país a "cessar imediatamente suas ações perigosas".
"Gaza pertence ao povo palestino e é parte inseparável do território palestino", reagiu a chancelaria chinesa.
– Arábia Saudita
A Arábia Saudita "condena categoricamente a continuação dos crimes de fome, das práticas brutais e da limpeza étnica contra o povo irmão palestino".
– Turquia
O chanceler turco, Hakan Fidan, instou a comunidade internacional a "assumir suas responsabilidades a fim de impedir a implementação" do plano israelense que "pretende deslocar à força os palestinos de sua própria terra, tornando Gaza inabitável".
– Chile
A chancelaria chilena condenou "energicamente" o plano israelense e afirmou que "essa situação deixaria Israel, de fato, na condição de potência ocupante, com todas as responsabilidades jurídicas que isso implica segundo o direito internacional humanitário".
– Egito
A chancelaria egípcia condenou "nos termos mais enérgicos" o plano israelense.
M.Banerjee--MT