

Boicote de delegados da ONU a Netanyahu evidencia 'isolamento' de Israel, diz Hamas
O Hamas afirmou que o boicote de vários delegados ao discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (26), demonstrou o "isolamento" de Israel como resultado da guerra em Gaza.
"O boicote ao discurso de Netanyahu é uma manifestação do isolamento de Israel e das consequências da guerra de extermínio", afirmou, em um comunicado, Taher al Nunu, alto dirigente do comitê político do movimento islamista palestino.
O discurso do primeiro-ministro israelense recebeu os aplausos de seus partidários convidados na sala, mas também as vaias de delegados que abandonaram a sede da Assembleia Geral da ONU.
Para Izzat al Risheq, membro do comitê político do Hamas, Netanyahu ficou sozinho "com um coro de animadoras que entraram na sala da ONU para aplaudirem a favor do genocídio".
Em seu comunicado, o movimento islamista palestino também acusa Netanyahu de repetir "mentiras e negar de maneira flagrante o genocídio, os deslocamentos forçados e a fome sistemática propiciada por ele" e o Exército israelense em Gaza.
"Se ele estivesse realmente preocupado com seus reféns, colocaria fim aos bombardeios brutais, os massacres e a destruição de Gaza, mas, em vez disso, mente e continua colocado as vidas deles em perigo", acrescenta a nota.
Das 251 pessoas sequestradas no ataque de Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, 47 continuam retidas nesse território, das quais 25 são consideradas mortas pelo Exército israelense. O Hamas tem, além disso, os restos mortais de um soldado israelense morto em uma guerra anterior, em 2014.
Em seu discurso, o primeiro-ministro israelense rejeitou nesta sexta-feira das acusações de "genocídio" em Gaza, assegurando que alimenta a população do território palestino, e acusou muitos países de terem "cedido" ante o Hamas ao reconhecerem o Estado palestino.
"O Hamas utiliza os civis como escudos humanos e como acessório para sua repugnante guerra de propaganda contra Israel, propaganda na qual a mídia europeia acreditou o tempo todo", acrescentou.
Q.Dutta--MT