Madras Times - França se gaba da 'credibilidade' do seu exército em um mundo 'mais brutal'

França se gaba da 'credibilidade' do seu exército em um mundo 'mais brutal'
França se gaba da 'credibilidade' do seu exército em um mundo 'mais brutal' / foto: Ludovic MARIN - AFP

França se gaba da 'credibilidade' do seu exército em um mundo 'mais brutal'

Paris sediou o tradicional desfile militar de 14 de julho nos Champs-Élysées nesta segunda-feira (14), exibindo uma força armada "pronta para o combate" um dia após o presidente Emmanuel Macron anunciar um aumento significativo nos gastos com defesa.

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O desfile deste ano foi organizado como uma "verdadeira operação militar", segundo o governador militar da capital francesa, general Loic Mizon, para refletir a gravidade das ameaças à segurança do continente, traumatizado pela invasão russa da Ucrânia.

"Desde 1945, a liberdade não era tão ameaçada", disse o presidente francês a uma plateia de altos comandantes militares no domingo, referindo-se em particular à "ameaça duradoura" que a Rússia representa para o continente.

A França, uma potência nuclear, planeja aumentar seus gastos com defesa nos próximos anos, em conformidade com os compromissos assumidos no âmbito da Otan.

Em sua forma atual, a Lei de Programação Militar da França prevê 413 bilhões de euros (R$ 2,6 trilhões) para as Forças Armadas entre 2024 e 2030, com uma meta de investimento anual de 67,4 bilhões de euros (R$ 439 bilhões) em 2030.

Mas Macron anunciou no domingo que revisará essa lei para atingir um gasto militar de 64 bilhões de euros (R$ 417 bilhões) até 2027, o dobro do que tinha quando assumiu o poder em 2017.

Isso exigirá um aumento do orçamento da Defesa em 6,5 bilhões de euros (R$ 42,3 bilhões) entre 2026 e 2027, em um contexto complicado pelo déficit (5,8% do PIB) e pela dívida pública (114% do PIB).

"Diante de um mundo mais brutal, a nação precisa ser mais forte", porque "para ser livre neste mundo, é preciso ser temido, e para ser temido, é preciso ser poderoso", insistiu o líder francês.

O presidente citou como exemplo "imperialismos e potências de anexação" como a Rússia, que desencadeou uma guerra em fevereiro de 2022 com a invasão da vizinha Ucrânia.

Segundo uma pesquisa Odoxa-Backbone publicada nesta segunda-feira no jornal Le Figaro, 72% dos franceses parecem dispostos a apoiar um aumento nos gastos militares.

O desfile visa destacar a "credibilidade operacional" e a "solidariedade estratégica" do Exército francês com seus aliados.

- Cabeça de tubarão -

Para demonstrar as alianças da França, também marcharam empresas belga-luxemburguesas, a força binacional franco-finlandesa que compõe a força de reação rápida da Unifil (a missão da ONU no Líbano) e a tripulação da fragata Auvergne, que foi enviada ao Báltico e ao Ártico para apoiar as operações da Otan.

O desfile teve como convidada de honra a Indonésia, país com o qual a França estabeleceu uma parceria estratégica para aumentar sua influência na região do Indo-Pacífico.

O presidente indonésio, Prabowo Subianto, participou das festividades ao lado de Emmanuel Macron e do emir do Kuwait, Meshal al-Ahmad al-Sabah.

Mais de 450 soldados indonésios abriram o desfile a pé, incluindo músicos de "drumband", cujas cabeças estão cobertas por capacetes de piloto e cabeças de leão, tigre, águia, morsa e tubarão, dependendo de sua unidade.

Um total de 7.000 homens e mulheres marcharam no desfile, 5.600 deles a pé, juntamente com 65 aeronaves, incluindo 5 estrangeiras, 34 helicópteros, 247 veículos e 200 cavalos da Guarda Republicana.

M.Shukla--MT