

Termina boicote contra humorista Jimmy Kimmel
Os dois conglomerados de mídia que boicotaram o programa do humorista Jimmy Kimmel nos Estados Unidos após pressões governamentais anunciaram nesta sexta-feira (26) que voltariam a transmiti-lo.
Sinclair e Nexstar, que controlam mais de 50 canais de televisão afiliados à rede ABC (responsável pelo programa "Jimmy Kimmel Live!"), haviam retirado o programa de entrevistas de suas grades na semana passada depois de a Comissão Federal de Comunicações (FCC, sigla em inglês), órgão governamental, ameaçar com retaliações devido às opiniões do artista.
Kimmel havia dito em seu programa, na semana passada, que o movimento MAGA (Make America Great Again) explorava politicamente o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, aliado do presidente Donald Trump que foi baleado em um campus universitário.
O anúncio surpresa de Sinclair e Nexstar, que bloqueava o programa em um quarto do território dos Estados Unidos, abriu uma crise para a ABC e sua controladora, a Disney, que optaram por uma suspensão temporária imediata.
Pressionada por queixas contra a suspensão e em defesa da liberdade de expressão, a Disney voltou atrás, e Kimmel retornou ao ar na terça-feira com um programa conciliador.
Sinclair e Nexstar haviam anunciado que manteriam o boicote, mas nesta sexta-feira mudaram de rumo.
"Sinclair anuncia hoje que encerrará sua suspensão do 'Jimmy Kimmel Live!', e o programa retornará esta noite às afiliadas da ABC de Sinclair", disse a companhia em um comunicado.
A empresa afirmou que a decisão "foi independente de qualquer interação ou influência governamental".
"Nosso objetivo durante este processo era garantir que a programação se mantivesse correta e divertida para a mais ampla audiência possível", acrescentou a empresa.
Horas depois, a Nexstar seguiu o mesmo caminho, anunciando o retorno do programa aos seus canais.
"Anunciamos que 'Jimmy Kimmel Live!' retornará às estações da companhia afiliadas à ABC a partir desta noite", disse o conglomerado, que também negou ter cedido a pressões do governo.
"Conversamos com executivos da The Walt Disney Company e apreciamos sua abordagem construtiva para ouvir nossas preocupações", acrescentou o grupo.
Trump, que chegou a dizer que a cobertura negativa sobre sua administração deveria ser "ilegal", comemorou na semana passada a saída de Kimmel do ar, já que o humorista o critica constantemente em seu programa.
Mas vozes do entretenimento e da política, incluindo reconhecidas figuras da direita, questionaram as ameaças, que para muitos representaram um ataque à liberdade de expressão.
Apesar do bloqueio parcial, na terça-feira, em sua volta ao ar, Kimmel registrou uma audiência de 6,2 milhões de pessoas, seu melhor desempenho em uma década, de acordo com a Disney.
T.Reddy--MT