'Não maltratamos' trinitenses na Venezuela, diz ministro do Interior
A Venezuela "não faz nada de mal" aos cidadãos de Trinidad e Tobago que vivem ou visitam o país, disse nesta segunda-feira (3) o ministro do Interior Diosdado Cabello, diante do anúncio de deportações de venezuelanos pelo arquipélago vizinho.
Trinidad e Tobago anunciou a deportação de imigrantes em situação irregular, em meio a uma crise com a Venezuela por ter recebido o contratorpedeiro americano USS Gravely para exercícios militares. Caracas classificou as manobras em frente à seu litoral como "provocação".
Os venezuelanos formam a principal comunidade de imigrantes no arquipélago de 1,4 milhão de habitantes.
A relação bilateral começou a se deteriorar com a chegada ao poder da primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar, aliada de Washington e contrária à imigração venezuelana.
"A Venezuela, como sempre, se reserva o direito de tomar as ações cabíveis. Eles que vejam o que fazem com os venezuelanos que estão lá. Nós temos muitos trinitenses aqui e não fazemos nada de mal a eles, nada”, disse Cabello durante entrevista coletiva em Caracas.
Cabello afirmou que Venezuela e Trinidad e Tobago mantêm uma relação histórica. "Nós não maltratamos o povo de Trinidad porque são irmãos, irmãs", acrescentou.
O ministro da Segurança Nacional de Trinidad e Tobago determinou em um memorando, ao qual a AFP teve acesso na terça-feira passada, que "todos os imigrantes ilegais detidos sejam mantidos sob custódia" para "a implementação de um exercício de deportação em massa".
No mesmo dia, o Parlamento venezuelano declarou Persad-Bissessar persona non grata. Um dia antes, o presidente venezuelano Nicolás Maduro rompeu os acordos de gás da Venezuela com Trinidad e Tobago.
W.Srinivasan--MT